Tiago Moralles
Tiago Moralles é o novo diretor de criação da agência Greenz, que se posiciona como uma “aceleradora de negócios“.
Na casa nova, o profissional, que é redator por formação, passa a se reportar a Paulo Henrique Gomes, o PH, chief creative officer (CCO).
Moralles trabalhou anteriormente em agências como Cheil Brasil, Mutato, Havas, MullenLowe, Ogilvy e WMcCann.
O recém-chegado DC da Greenz trocou algumas palavras com a equipe de reportagem do Clubeonline. Confira abaixo:
Clubeonline: No decorrer de sua carreira, você atuou em agências ditas “tradicionais”, como Cheil, Ogilvy e WMcCann. O que o motivou a assumir a liderança criativa de uma agência que se posiciona como “aceleradora de negócios”?
Tiago Moralles: É uma boa pergunta, mas dentro dela a gente já consegue ter um spoiler da resposta. Construir minha carreira dentro de agências tradicionais acabou sendo uma escola em muitos sentidos: produções com verbas variadas, clientes de proporções e necessidades distintas e equipes de tamanhos diversos. A Greenz é uma empresa nativa digital, com mentalidade e cultura de startup, focada em acelerar negócios, que opera com rotinas e ofertas de uma agência, mas em modo de testagem constante de estratégias, a partir da orientação de dados, performance e utilizando metodologias proprietárias. Acredito que o mercado mudou a forma de operar, de medir e entregar peças e campanhas, e penso que o modelo de negócio da Greenz é bastante lúcido e contemporâneo.
Neste sentido, vejo minha chegada à Greenz como um momento de amadurecimento profissional. Estou animado por poder contribuir com toda minha bagagem e colocar olhar crítico e criativo em todos esses números.
Clubeonline: Como valorizar a criatividade e a busca por soluções criativas para os clientes em meio a este cenário de retração econômica?
Moralles: Penso que para bons trabalhos, boas agências e bons profissionais sempre existe mercado. O desafio é saber desbravar. É fato que o país não está em um bom momento do ponto de vista socioeconômico, e essa conjuntura impacta nossas decisões diárias e o orçamento dos clientes. Mas, felizmente, a criatividade não está só na criação. A criatividade está na mídia segmentada que pensamos, está na estratégia sob medida que desenhamos, está em um novo serviço ou produto que apresentamos. Acelerar negócios não é só ter — e sim também ter –, a campanha mais criativa no ar. E isso precisa se refletir em todas as pontas.
Clubeonline: Como conciliar a criatividade como motor de crescimento das empresas e a utilização cada vez maior de dados para atingir os consumidores em suas diferentes jornadas? A hipersegmentação da mensagem pode impactar o processo de criação?
Moralles: Tem uma história muito boa que eu ouvia quando comecei na propaganda e que era mais ou menos assim: “imagina que incrível seria se a gente pudesse fazer um comercial pra TV que chegasse diferente na casa de cada pessoa, tipo personalizado“. Essa é uma analogia muito boa quando a gente se transporta para o momento atual, com a infinidade de formatos e veículos que existe. A hipersegmentação, aliada à tecnologia e aos dados, nos permite contar histórias diferentes dentro da mesma jornada. A maneira como isso impacta o processo criativo é que exige mais storytelling e engajamento; e isso impacta também no investimento, exigindo mais inteligência na distribuição; e impacta também na capacitação e contratação de mão de obra, já que as novas demandas exigem novas habilidades e, consequentemente, novos profissionais. E é aí que o motor de crescimento das empresas começa a se retroalimentar.
Fonte: Clube de Criação